Pular para o conteúdo principal
Participação popular enriquece audiência pública sobre meio ambiente
Palestrantes e organizadores da Audiência
Aconteceu na Câmara Municipal no último dia dez a Audiência Pública do Meio Ambiente “Por uma Dourados Sustentável.” O evento atraiu centenas de pessoas interessadas em debater as questões propostas. Foram 220 inscritos e 313 credenciados. No sábado, 70 participantes acompanharam as visitas técnicas.
Seu objetivo foi mostrar a realidade das questões ligadas ao meio ambiente em Dourados, ressaltar a importância da preservação, da reciclagem, da conscientização ambiental e manejo adequado do lixo.  Estimular o debate que promova a preservação de rios, solo, nascentes, matas ciliares, fundos de vale e reserva legal para que o poder público, universidades, Ongs, igrejas construam políticas públicas de preservação ambiental.
Universitários, estudantes secundaristas, professores, religiosos, ambientalistas presenciaram a exposição sobre os perigos da não preservação pelo sociólogo Ivo Poletto, da CNBB – Conferência Nacional do Bispos do Brasil - que durante 40 minutos fez uma exposição clara sobre as catastróficas consequências para a humanidade caso o homem não comece já a repensar sua relação com a natureza.
A seguir, diante de uma plateia atenta, a professora Ivete Pedroso, coordenadora da Agecold – Agentes Ecológicos de Dourados - expôs a experiência da reciclagem em Dourados que, apesar de louvável, atinge apenas onze bairros e recicla apenas 1,2% do total do lixo produzido na cidade, que, segundo ela, totaliza 160 toneladas por dia. “Caso a reciclagem não seja uma prioridade da administração e consequentemente da população, em breve o aterro sanitário municipal esgotará sua capacidade e não terá mais condições de receber os resíduos”, destacou a Ivete.
O palestrante Luis Carlos Ribeiro, presidente da ONG Salvar, mostrou com clareza as áreas de nascentes e fundos de vale dos rios que cortam o município. “O poder público deve dar o exemplo e demarcar as áreas de preservação para que não percamos nosso lençol freático e as fontes de água disponíveis no município”, diz.
O último palestrante foi o presidente do COMDAM, Conselho Municipal de Defesa Do Meio Ambiente, Ataulfo Alves Stein. Ele afirmou que todo projeto deve passar pelo Conselho e protestou contra a derrubada de árvores realizada pela prefeitura no bairro Canaã I. Os participantes puderam participar na sequência com perguntas e sugestões que se transformarão em um documento com as propostas para melhorar a relação dos douradenses com o meio ambiente daqui em diante.
Exposição da Rede de Economia Solidária
Durante a audiência houve exposição no saguão da Câmara de produtos confeccionados com materiais que iriam para o lixo, através dos empreendedores da Economia Solidária e entrega de mudas de árvores frutíferas para os presentes
O vereador Elias Ishy, propositor da audiência, afirmou que em 1996 foi elaborada uma carta de prioridades, e que muitas demandas continuam desde aquela época. Pouco foi feito e muito há por fazer na questão ambiental em nosso município. São necessárias políticas públicas e participação da sociedade para garantirmos a sustentabilidade do planeta para as gerações futuras.

Visitas técnicas
Ivete Pedroso fala sobre a reciclagem
No dia 11 pela manhã, os inscritos na audiência participaram de uma visita técnica por alguns locais onde há sérias demandas na questão ambiental no município. O primeiro lugar visitado foi a Agecold, onde a professora Ivete Pedroso mostrou o passo a passo da reciclagem, a situação dos associados e as carências do local, cujo espaço não comporta a demanda dos recicláveis que chegam ao local. 
A seguir os participantes estiveram no antigo lixão do Bairro Cachoeirinha. Lá, o geógrafo Ataulfo Stein, mostrou a construção de casas em local inadequado.  A Senhora Leonilda, moradora do local, questionou veementemente quem seria o responsável por autorizar a construção de um bairro residencial em um local de risco. Ela também afirmou que a prefeitura entrou em contato com os moradores através da Secretaria de Obras, onde os alertou da possibilidade dos moradores serem removidos. “Nós queremos saber agora como será feita a indenização por tudo que nós já gastamos e investimos em nossas casas, já que a própria prefeitura deu autorização para que nós construíssemos”, comenta a moradora.
Ishy e participantes às margens do Córrego Água Boa
A situação mais chocante foi encontrada no Jardim Clímax, onde vários moradores vivem Á margem do Córrego Água Boa, convivendo com o cheiro de esgoto, inundações e perigo de desabamento de suas casas. A moradora do local, Aparecida Pereira disse que mora lá há 26 anos e que sempre ouve promessas de reassentamento, “somente na época das eleições”, diz. “Depois, esquecem a situação que vivemos aqui.” Segundo ela, foi feito o recadastramento dos moradores para receber novas casas no Conjunto Estrela Tovy (Bairro Novo Horizonte), já que as verbas do PAC para aquele conjunto incluíam o reassentamento das famílias. No entanto, a situação para eles continua inalterada.
A visita foi encerrada no Bairro Novo Horizonte, onde foi constatada a absurda situação de um conjunto residencial sendo construído em uma área de várzea, próximo a nascentes. Parte da mata foi destruída para construir casas. O arquiteto Luis Carlos Ribeiro, da ONG Salvar, lembrou que é preciso preservar o pouco que restou, sob o risco de perdermos aquela área de recarga do lençol freático.
A aluna terceiranista da Escola Menodora, Natalia Victol, disse que é importante conhecer melhor a cidade onde vivemos, e que não basta ter consciência, tem de por em prática os conhecimentos, já que existe desrespeito ao meio ambiente em todos os lugares.
O vereador Elias Ishy acompanhou o percurso, mostrando o que é possível fazer diante de tais desrespeitos com o meio ambiente, e que esta será uma das principais bandeiras de seu mandato. Ele afirmou que no decorrer da semana haverá reunião com todos os parceiros para avaliar a audiência e sistematizar os encaminhamentos que serão dados diante dos problemas levantados.
Parque Flor do Cerrado
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sociedade douradense está mobilizada em defesa do Meio Ambiente Observatório Ambiental une sociedade para defender o meio ambiente OAD Revitaliza Monumento ao Colono O Observatório Ambiental de Dourados – OAD é um grupo de cidadãos e empresas que procuram desenvolver ações envolvendo a questão ambiental para que as autoridades se conscientizem da necessidade de se criar uma política de desenvolvimento sustentável no município. Entre as ações desenvolvidas pelo grupo está a plantação de mudas de pau-brasil nos canteiros da Avenida Weimar Torres entre as Ruas Hayel Bon Faker e Hilda Bergo Duarte e de palmeiras imperiais na Avenida Marcelino Pires entre o Monumento ao Colono e o Clube Ubiratan, participação na arborização da Praça Antonio João, participação ativa na Campanha da Fraternidade e mais recentemente na revitalização do Monumento ao Colono, conhecido como Mão do Braz. Lá, foi feita a poda da grama, pintura, iluminação e ornamentação do monumento. Segundo o empresário Romem Ba
Vidro – o mocinho dos materiais recicláveis Dentre as principais vantagens do vidro está o fato dele ser 100% reciclável, ou seja, ele pode ser usado e posteriormente utilizado como matéria-prima na fabricação de novos vidros, infinitas vezes, sem perda de qualidade ou pureza do produto, para isso é preciso separá-lo do lixo comum. No Brasil, todos os produtos feitos com vidros correspondem em média a 3% dos resíduos urbanos. Somente as embalagens de vidro correspondem a 1%. Atualmente apenas João Rodrigues trabalha com a destinação final do vidro no município. A cada mês ele envia cerca de 15 toneladas de vidro para São Paulo, onde há empresas de reciclagem do vidro. Segundo Rodrigues, se houvesse incentivo ele poderia enviar até 120 toneladas por mês com o vidro descartado na região da Grande Dourados. Porém, falta conscientização das empresas que tem como resíduo o vidro. “Muitas querem que a gente pague pelo vidro que elas têm como responsabilidade dar a destinação final correta”,

CARTA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA - MEIO AMBIENTE, POR UMA DOURADOS SUSTENTÁVEL.

Na Audiência Pública realizada pela Câmara Municipal de Dourados no dia 10 de Junho de 2011, com o Tema “ Meio Ambiente: por uma Dourados Sustentável ”, foi realizado debate a respeito das questões ambientais e dos desafios para a construção de uma Cidade Sustentável, no qual foram discutidos temas como: a importância da preservação das nascentes , dos fundos de vales e áreas verdes do município, a política dos Resíduos Sólidos e a experiência da coleta seletiva em Dourados , destacando a importância de sua ampliação, o papel e os desafios do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Após a explanação da mesa, foi aberta para a contribuição da Plenária, que questionou e encaminhou várias propostas que resultaram na elaboração deste documento: a Carta da Audiência Pública: Meio Ambiente: por uma Dourados sustentável, com as seguintes definições, dispostas em dois distintos eixos, a seguir: 1         Criar e Implementar a Agenda 21 no município de Dourados. 2         Criar e Implementar Fó